Marco Almeida teve uma estreia de sonho na I Liga: aos 20 anos, ao serviço do Sporting, foi titular diante da Académica e apontou o único golo do encontro.
Esse foi o ponto de partida para uma época em que fez quatro jogos e dois golos no campeonato, mas, depois, e ao contrário do que se pensava, só voltou a jogar pelo Sporting duas épocas mais tarde, entrando nos minutos finais de um jogo em Campo Maior.
Porém, esses poucos minutos em campo valeram-lhe algo muito especial: foi Campeão Nacional pelo seu clube de sempre, que, em 2000, pôs um ponto final num jejum que durava há dezoito anos.
O Campomaiorense, sempre por empréstimo do Sporting, e o Alverca, foram os outros clubes que o antigo central representou na nossa I Liga, tendo estado presente e sido titular no momento mais alto da história do clube alentejano: a final da Taça de Portugal em 98/99.
Experiências no estrangeiro foram quatro: a primeira no Southampton, emprestado pelo Sporting; o Ciudad de Múrcia, depois de sair do Alverca; e o Nea Salamina e o Akritas do Chipre, intervalados pelas passagens por Maia, Portimonense e Lourosa.
Clubes à parte, Marco Almeida somou 53 internacionalizações por Portugal, entre os Sub-15 e a extinta Seleção B.
Aos 39 anos é um dos treinadores dos Juniores do Alta de Lisboa, depois de já ter passado pelas camadas jovens do Águias de Camarate.
Prémio Carreira: Teve uma estreia na I Liga de que poucos se podem gabar...
Marco Almeida: Sim, é verdade. Foi um momento único. Recordo-me perfeitamente: foi um jogo contra a Académica, em Dezembro, ganhamos 1-0 e eu fiz o golo. O Marco Aurélio estava lesionado, o Beto castigado, e "sobrava" eu e o Nené. Sinceramente não esperava jogar. Sempre achei que o Vicente Cantantore optasse por outra situação, mas não, decidiu dar-me a oportunidade, e eu agarrei-a.
PC: Nesse primeiro ano no Sporting, quatro jogos e dois golos. Foi um ano de aprendizagem?
MA: Sim, sim, acima de tudo, foi um ano de aprendizagem. Não de aprendizagem sobre a mística do clube, porque estava no Sporting desde os dez anos de idade e estava perfeitamente identificado com o clube - aliás, estava e estou. De repente, passei a estar lado a lado com grandes profissionais, que admirava imenso, e que estava habituado a ver apenas do lado de "fora". Mas foi uma fase muito complicada para o clube, o Sporting atravessava um mau momento, não tinha muita estabilidade, e a prova disso foi que nessa época tivemos quatro treinadores: começámos com o Octávio Machado, depois ficou o Vital, que era adjunto do Otávio, durante algum tempo, veio o Cantatore e ficou duas semanas, e por fim veio o Carlos Manuel, que terminou a temporada.
PC: No ano seguinte é emprestado ao Campomaiorense. Foi uma boa opção?
PC: No ano seguinte é emprestado ao Campomaiorense. Foi uma boa opção?
MA: Foi uma opção viável. Fui ao Torneio de Toulon pela Seleção Sub-21, tive uma proposta do Bétis, o Sporting aceitou mas eu não quis sair. Queria ficar cá e afirmar-me pelo Sporting, pelo que não tinha nenhum interesse em sair do clube. Entretanto surgiu a hipótese de ser emprestado ao Campomaiorense, o João Alves falou comigo, disse o que pretendia de mim e para a época do clube, e eu aceitei porque era mais benéfico jogar em Portugal, onde podia ser visto pelos diretores do Sporting, e principalmente porque ia poder jogar com regularidade, visto que era jovem e precisava de jogar. E foi, sem dúvida, uma decisão acertada. Fizemos uma excelente temporada, fomos à final da Taça, e tinhamos uma grande equipa: Isaías que tinha jogado no Benfica, Paulo Sérgio, Abílio, Luís Miguel, Mauro Soares, Jorge Ferreira que tinha sido capitão do Braga, Demétrios, Jorginho... era uma excelente equipa.
PC: Imagino que tenha ficado a mágoa por causa da Taça...
PC: Imagino que tenha ficado a mágoa por causa da Taça...
MA: Sim, ficou a mágoa, claro. São as chamadas "oportunidades de uma vida". Se calhar, nem daqui a duzentos anos tanto o Campomaiorense como o Beira-Mar voltam a ir a uma final da Taça. Não posso dizer se foi injusto ou não, porque o Beira-Mar marcou e nós não. Lutámos até ao fim, demos tudo o que podíamos para vencer a Taça e dar o prémio às pessoas de Campo Maior, mas, infelizmente, não conseguimos.
PC: Em 1999/2000, é emprestado ao Southampton, onde acaba por fazer apenas um jogo em meia época pela equipa principal. Como é que apareceu esta oportunidade e o que correu mal?
MA: Mais uma vez, não queria sair do Sporting. Posso mesmo dizer que fui "empurrado" para fora do Sporting, porque eu não queria sair do clube. Queria ficar e afirmar-me. Mas alguém se aproveitou da situação, porque houve muito dinheiro envolvido - não foi o meu empresário, porque ele sempre me acompanhou desde os meus 18 anos e esteve sempre a meu lado -, e acabei por ir "parar" a Southampton.
PC: Em 1999/2000, é emprestado ao Southampton, onde acaba por fazer apenas um jogo em meia época pela equipa principal. Como é que apareceu esta oportunidade e o que correu mal?
MA: Mais uma vez, não queria sair do Sporting. Posso mesmo dizer que fui "empurrado" para fora do Sporting, porque eu não queria sair do clube. Queria ficar e afirmar-me. Mas alguém se aproveitou da situação, porque houve muito dinheiro envolvido - não foi o meu empresário, porque ele sempre me acompanhou desde os meus 18 anos e esteve sempre a meu lado -, e acabei por ir "parar" a Southampton.
Já tinha sido observado pelo olheiro do Southampton num jogo pela Seleção, penso que contra a Grécia, ele gostou de mim e indicou-me ao clube. Tive duas lesões durante o tempo em que lá estive, e houve outra questão que não ajudou: a adaptação. Fui sozinho, não conhecia ninguém... enfim, foram tempos muito complicados. Acabei por fazer só um jogo na Premier League, com o Arsenal, mas fiz muitos jogos pela equipa de reservas, até porque ainda era um "miúdo", tinha 20 ou 21 anos.
PC: E porque razão regressa ao Sporting a meio da época?
MA: Nessa época acabava contrato com o Sporting, e com a Lei Bosman, a partir de Janeiro estava livre para assinar por outro clube. O Southampton queria-me contratar em definitivo, oferecia-me cinco anos de contrato, e também apareceu o Benfica, penso que treinado pelo Graeme Souness. Penso que o Benfica me dava três anos de contrato mais um de opção, ia ganhar mais do que no Sporting, mas disse logo que nem pensar. Para isso preferia ficar em Inglaterra, apesar das dificuldades que lá sentia. No mesmo dia em que o meu empresário me falou desta situação, ligou-me à noite o Dr. Luís Duque, da SAD do Sporting - e que nunca tinha falado comigo -, a dizer que já sabia do interesse do Benfica e que sabia da minha situação contratual, e só me disse para eu apanhar o primeiro avião para Portugal assim que pudesse, que ia assinar por mais dois anos com o Sporting. E assim foi, no dia seguinte, às oito e tal da manhã, lá estava eu no meu aeroporto com tudo na mala para voltar ao Sporting (risos). Eu nem sabia, nem queria saber, quanto ia ganhar ou se ia ser aumentado. Só queria era renovar com o meu clube (risos).
PC: E porque razão regressa ao Sporting a meio da época?
MA: Nessa época acabava contrato com o Sporting, e com a Lei Bosman, a partir de Janeiro estava livre para assinar por outro clube. O Southampton queria-me contratar em definitivo, oferecia-me cinco anos de contrato, e também apareceu o Benfica, penso que treinado pelo Graeme Souness. Penso que o Benfica me dava três anos de contrato mais um de opção, ia ganhar mais do que no Sporting, mas disse logo que nem pensar. Para isso preferia ficar em Inglaterra, apesar das dificuldades que lá sentia. No mesmo dia em que o meu empresário me falou desta situação, ligou-me à noite o Dr. Luís Duque, da SAD do Sporting - e que nunca tinha falado comigo -, a dizer que já sabia do interesse do Benfica e que sabia da minha situação contratual, e só me disse para eu apanhar o primeiro avião para Portugal assim que pudesse, que ia assinar por mais dois anos com o Sporting. E assim foi, no dia seguinte, às oito e tal da manhã, lá estava eu no meu aeroporto com tudo na mala para voltar ao Sporting (risos). Eu nem sabia, nem queria saber, quanto ia ganhar ou se ia ser aumentado. Só queria era renovar com o meu clube (risos).
PC: Podemos dizer que regressou bem a tempo de ser Campeão Nacional...
MA: Sim, foi-me dada essa oportunidade pelo Inácio, e foi a concretização de um sonho que tinha desde criança, desde que entrei naquela casa com dez anos de idade. Joguei perto de cinco minutos em Campo Maior, mas foram cinco minutos que ficam para a vida. A ideia do Sporting quando me fez regressar, até era eu fazer dupla com o Beto, mas entretanto o clube decidiu ir buscar o André Cruz, que era um jogador e uma pessoa excepcional, e ficou mais complicado eu ter oportunidades. Passado uns dias de ter chegado, recordo-me que fui logo convocado para um jogo com o Benfica. Tinhamos uma equipa muito unida, de qualidade, mas não havia ninguém, na minha opinião, que se destacasse claramente dos demais, apesar do nosso guarda-redes ser o Schmeichel. O Inácio passou-nos sempre uma mensagem muito forte, o Sporting não era campeão há dezoito anos, ele dizia-nos constantemente que tinhamos uma grande oportunidade de ficar na história do clube, etc, nós agarra-mo-nos a isso e, felizmente, fomos campeões.
PC: Na época seguinte é novamente emprestado ao Campomaiorense, mas as coisas não correram tão bem como da primeira vez, certo?
MA: Certo. Nessa altura, tive também o interesse do Paços de Ferreira, mas como já tinha estado em Campo Maior e conhecia a realidade do clube e as pessoas, optei por voltar. Mas as coisas não correram muito bem, porque a equipa era totalmente diferente daquela que tinha "apanhado" dois anos antes, e acabaram por correr de uma maneira diferente da que eu esperava, tanto que descemos mesmo de divisão.
PC: Seguiu-se o Alverca, cinco meses de fora por lesão, e nova descida de divisão...
MA: Mais uma vez, voltei a sair contra a minha vontade. Fui chamado a uma reunião a Alvalade, onde um dos diretores da altura me disse "ou vais, ou vais", porque o Sporting tinha ido buscar o Diogo ao Alverca, e surgi como uma das "moedas de troca". Foi uma reunião muito difícil essa, porque eu não queria voltar a deixar o Sporting, e fui colocado entre "a espada e a parede", porque disseram-me que ou saia para o Alverca ou ia para a equipa B. Se eu tivesse 27 ou 28 anos naquela altura, aí sim, ia para a equipa B muito tranquilamente. Mas como tinha 23 ou 24 e queria jogar, acabei por assinar pelo Alverca. Pessoalmente foi uma época algo azarada, porque fui operado ao tendão de Aquiles e perdi cinco meses como disseste, e a nível coletivo a época também correu mal e acabamos por descer.
PC: Em 2002/2003 ajuda o Alverca a subir, mas em 2003/2004 voltam a descer. O que falhou para não conseguirem a permanência?
MA: As coisas começaram a correr mal quando fomos ao Bessa, estávamos a ganhar 1-0, e deram sete minutos de desconto. Nesses minutos de compensação, meteram-nos dentro da nossa área, o Boavista marcou dois golos e ganhou 2-1. No fim do jogo, o mister Couceiro até disse na flash-interview que a Maria José Morgado devia de investigar o que se passava no futebol português. Nessa época tivemos uns dez ou catorze penaltis contra, algo assim exagerado. Depois, na última jornada, em Moreira de Cónegos, ainda tinhamos a hipótese de permanecermos na I Liga, e estávamos na luta com o Belenenses. Lembro-me que ao intervalo estávamos empatados a zero, e o Belenenses estava a perder, logo a conjugação de resultados servia para nós. Mal começa a segunda parte, o Torrão faz uma falta na meia-lua, é marcado penalti contra nós e em poucos minutos sofremos três golos e acabamos por descer. Penso que, nesse ano, não havia grande coisa a fazer (risos).
PC: Deixou a I Liga aos 27 anos e não mais voltou. Não teve convites para continuar na I Liga?
MA: Quando saí do Alverca, tive um convite para o V. Guimarães, por parte do Manuel Almeida, que era candidato à presidência, e estive presente nas eleições como um dos trunfos da lista dele, juntamente com o Dominguez e com o Rui Marques que jogava no Estugarda, por exemplo. Mas depois quem ganhou as eleições foi o Vítor Magalhães e já não fui para lá. Entretanto apareceu-me o Ciudad de Múrcia, para a segunda divisão espanhola, e decidi aceitar com aquele objetivo de me manter em competição para depois voltar à nossa I Liga, mas acabei por nunca mais regressar.
PC: Além de Inglaterra, jogou em Espanha e no Chipre. Como foram essas experiências?
MA: Foram duas experiências completamente diferentes, mas que gostei muito de as viver. Em Espanha só estive um ano, em Múrcia, e em Chipre estive duas vezes, a primeira durante uma época, e a segunda durante duas épocas. Antes de ir a primeira vez para o Chipre, falei com o Rui Dolores e com o Tiago Lemos, que já estavam no clube para onde eu ia - Nea Salamina - e o feed-back deles foi bom, pelo que decidi ir. Mais tarde voltei para o Akritas, mas aí já não correu tão bem porque em duas épocas ficaram-me a dever vários meses de salário.
PC: Das seis épocas que fez na I Liga, qual destaca como a sua melhor?
MA: Destaco as duas pelo Alverca, porque fui titular assíduo e consegui destacar-me.
MA: Sim, foi-me dada essa oportunidade pelo Inácio, e foi a concretização de um sonho que tinha desde criança, desde que entrei naquela casa com dez anos de idade. Joguei perto de cinco minutos em Campo Maior, mas foram cinco minutos que ficam para a vida. A ideia do Sporting quando me fez regressar, até era eu fazer dupla com o Beto, mas entretanto o clube decidiu ir buscar o André Cruz, que era um jogador e uma pessoa excepcional, e ficou mais complicado eu ter oportunidades. Passado uns dias de ter chegado, recordo-me que fui logo convocado para um jogo com o Benfica. Tinhamos uma equipa muito unida, de qualidade, mas não havia ninguém, na minha opinião, que se destacasse claramente dos demais, apesar do nosso guarda-redes ser o Schmeichel. O Inácio passou-nos sempre uma mensagem muito forte, o Sporting não era campeão há dezoito anos, ele dizia-nos constantemente que tinhamos uma grande oportunidade de ficar na história do clube, etc, nós agarra-mo-nos a isso e, felizmente, fomos campeões.
PC: Na época seguinte é novamente emprestado ao Campomaiorense, mas as coisas não correram tão bem como da primeira vez, certo?
MA: Certo. Nessa altura, tive também o interesse do Paços de Ferreira, mas como já tinha estado em Campo Maior e conhecia a realidade do clube e as pessoas, optei por voltar. Mas as coisas não correram muito bem, porque a equipa era totalmente diferente daquela que tinha "apanhado" dois anos antes, e acabaram por correr de uma maneira diferente da que eu esperava, tanto que descemos mesmo de divisão.
PC: Seguiu-se o Alverca, cinco meses de fora por lesão, e nova descida de divisão...
MA: Mais uma vez, voltei a sair contra a minha vontade. Fui chamado a uma reunião a Alvalade, onde um dos diretores da altura me disse "ou vais, ou vais", porque o Sporting tinha ido buscar o Diogo ao Alverca, e surgi como uma das "moedas de troca". Foi uma reunião muito difícil essa, porque eu não queria voltar a deixar o Sporting, e fui colocado entre "a espada e a parede", porque disseram-me que ou saia para o Alverca ou ia para a equipa B. Se eu tivesse 27 ou 28 anos naquela altura, aí sim, ia para a equipa B muito tranquilamente. Mas como tinha 23 ou 24 e queria jogar, acabei por assinar pelo Alverca. Pessoalmente foi uma época algo azarada, porque fui operado ao tendão de Aquiles e perdi cinco meses como disseste, e a nível coletivo a época também correu mal e acabamos por descer.
PC: Em 2002/2003 ajuda o Alverca a subir, mas em 2003/2004 voltam a descer. O que falhou para não conseguirem a permanência?
MA: As coisas começaram a correr mal quando fomos ao Bessa, estávamos a ganhar 1-0, e deram sete minutos de desconto. Nesses minutos de compensação, meteram-nos dentro da nossa área, o Boavista marcou dois golos e ganhou 2-1. No fim do jogo, o mister Couceiro até disse na flash-interview que a Maria José Morgado devia de investigar o que se passava no futebol português. Nessa época tivemos uns dez ou catorze penaltis contra, algo assim exagerado. Depois, na última jornada, em Moreira de Cónegos, ainda tinhamos a hipótese de permanecermos na I Liga, e estávamos na luta com o Belenenses. Lembro-me que ao intervalo estávamos empatados a zero, e o Belenenses estava a perder, logo a conjugação de resultados servia para nós. Mal começa a segunda parte, o Torrão faz uma falta na meia-lua, é marcado penalti contra nós e em poucos minutos sofremos três golos e acabamos por descer. Penso que, nesse ano, não havia grande coisa a fazer (risos).
PC: Deixou a I Liga aos 27 anos e não mais voltou. Não teve convites para continuar na I Liga?
MA: Quando saí do Alverca, tive um convite para o V. Guimarães, por parte do Manuel Almeida, que era candidato à presidência, e estive presente nas eleições como um dos trunfos da lista dele, juntamente com o Dominguez e com o Rui Marques que jogava no Estugarda, por exemplo. Mas depois quem ganhou as eleições foi o Vítor Magalhães e já não fui para lá. Entretanto apareceu-me o Ciudad de Múrcia, para a segunda divisão espanhola, e decidi aceitar com aquele objetivo de me manter em competição para depois voltar à nossa I Liga, mas acabei por nunca mais regressar.
PC: Além de Inglaterra, jogou em Espanha e no Chipre. Como foram essas experiências?
MA: Foram duas experiências completamente diferentes, mas que gostei muito de as viver. Em Espanha só estive um ano, em Múrcia, e em Chipre estive duas vezes, a primeira durante uma época, e a segunda durante duas épocas. Antes de ir a primeira vez para o Chipre, falei com o Rui Dolores e com o Tiago Lemos, que já estavam no clube para onde eu ia - Nea Salamina - e o feed-back deles foi bom, pelo que decidi ir. Mais tarde voltei para o Akritas, mas aí já não correu tão bem porque em duas épocas ficaram-me a dever vários meses de salário.
PC: Das seis épocas que fez na I Liga, qual destaca como a sua melhor?
MA: Destaco as duas pelo Alverca, porque fui titular assíduo e consegui destacar-me.
PC: Qual foi o ponta-de-lança mais difícil que enfrentou?
MA: Nuno Gomes. Tinha uma grande capacidade para jogar de costas para a baliza e para jogar ao primeiro toque, os movimentos que fazia eram difíceis de acompanhar... era difícil marcá-lo.
PC: Qual foi o melhor momento da sua carreira?
MA: Sem dúvida o golo pelo Sporting no primeiro jogo oficial que fiz.
PC: E o que falhou na sua carreira?
MA: Eu tenho orgulho da minha carreira e do que alcancei, mas é assim, se me perguntares se poderia ter chegado mais longe, eu respondo que claro que podia. Podia-me ter afirmado no Sporting, por exemplo, como falaste, no primeiro ano, fiz dois golos em quatro jogos, o que é muito bom para um central, ainda por cima "miúdo" como eu era na altura. Mas penso que não fui mais longe não por demérito, mas por faltar aquela oportunidade para me poder afirmar. Recordo-me até que na altura, juntamente com o Beto, batemos o recorde da dupla de centrais mais jovem do Sporting, em que superámos a dupla Venâncio-Morato.
Faltou a Seleção A, também. Joguei todos os escalões entre os Sub-15 e a Seleção B, fui internacional 53 vezes... enfim, faltou só mesmo a Seleção principal.
PC: Que história vivida no futebol pode partilhar?
MA: Quando estava no Campomaiorense, no ano em que fomos à final da Taça, a época estava a correr tão bem, que as pessoas do próprio clube bem como as pessoas da terra, davam-nos mais "liberdade" para sairmos etc. Então, ali na zona, fomos apanhados em tudo quanto era sítio desde Portalegre, Badajoz, Vila Viçosa, Évora... éramos sempre apanhados (risos). Uma vez estávamos a jantar e alguém falou para irmos até Setúbal. E eu disse que para ir para Setúbal, mais valia ir para o Barreiro e ia dormir a casa (risos). Acabei por não ir e a meio da noite, acordo com uns estrondos fortes nas persianas de minha casa. Assustei-me e perguntei quem era, e era o Professor Fidalgo Antunes, preocupado com os meus colegas e a berrar comigo: "ó Marco eles tão malucos, onde é que eles estão?" e eu, sem querer denunciar ninguém, perguntei "mas eles quem? eu estava sossegado a dormir e você tá aí aos berros, o que é que se passa?" e ele diz-me "eles foram para Setúbal, Marco", e eu aí digo "então se sabe, para que é que me tá a perguntar?" e o prof responde-me "era para ver se tu dizias. mas olha, eles são tão burros tão burros, que foram para o sítio onde estão a fazer a festa da Delta" (risos). Foi uma situação engraçada, porque ninguém os convidou e eles, sem saberem, foram parar à festa de uma empresa que "mandava" no clube onde eles jogavam (risos). Mas depois aquilo resolveu-se facilmente com uma multa e tudo voltou ao normal (risos).
PC: Atualmente é treinador-adjunto dos Juniores do Alta de Lisboa. Quais são os seus objetivos enquanto treinador?
MA: Fui convidado pelo Wilson Teixeira a trabalhar com ele nos Juniores do Alta de Lisboa, decidi aceitar o convite e estou muito contente por o ter feito. Nesta altura, estamos a lutar para subir de divisão, e espero que consigamos alcançar esse objetivo. Já tinha estado dois anos no Águias de Camarate, com os Juvenis e com os Juniores, e o Wilson chegou a ver alguns jogos e identificou-se com a minha maneira de estar e com as minhas ideias de jogo. Estamos, naturalmente, a trabalhar para tentarmos entrar no futebol sénior, e claro que o objetivo passará sempre por chegarmos à I Liga. Há clubes que representei enquanto jogador e que gostava de representar enquanto treinador: gostava de trabalhar no Sporting, não só pelo sentimento que existe, mas também porque foi lá que me fiz Homem, mas também gostava de voltar ao Alverca ou ao Portimonense, porque foram clubes que me marcaram muito positivamente.
A carreira de Marco Almeida, aqui.
Veja aqui o golo de Marco Almeida na estreia pelo Sporting:
Uma peça da RTP sobre a assinatura do contrato profissional de Marco Almeida com o Sporting:
E veja aqui mais um golo de Marco Almeida pelo Sporting:
A carreira de Marco Almeida, aqui.
Veja aqui o golo de Marco Almeida na estreia pelo Sporting:
Uma peça da RTP sobre a assinatura do contrato profissional de Marco Almeida com o Sporting:
E veja aqui mais um golo de Marco Almeida pelo Sporting: